domingo, 28 de fevereiro de 2010

Grito Rock - 2010 - Rio de Janeiro


Na última sexta-feira, foi realizado o primeiro dia da versão carioca do festival Grito Rock. Cinco bandas do cenário independente, a principal da noite foi a espetacular Móveis Coloniais de Acaju. Vamos aos comentários:

Aumumana:


Bem, cheguei a tempo de escutar umas 4 músicas e gostei do que ouvi. Ainda vou estudar melhor a banda mas achei muito interessante o instrumental da banda onde os caras incluem flauta e acordeon. Lembra Jethro Tull, principalmente porque é o vocalista que empunha a flauta. Se tiverem curiosidade, escute aqui.



Wander Telles:

Teve a proeza de esvaziar as redondezas do palco que já estavam vazias enquanto Aumumana tocava. O cara é simpático, a banda é boa e nada mais.

Sabonetes:



Banda de Curitiba, eu já conhecia alguma coisa pois passei a sexta escutando o recém-lançado disco de estréia dos caras. Um pop-rock agradável que encheu e animou um pouco mais o pessoal do Circo. Abriram com a música que mais gostei, "Descontrolada", e seguraram bem o público durante a apresentação bem animada. Escute ou baixe aqui.

Tereza:


Escutei bons comentários dessa jovem banda de Niterói e visitei o myspace dela para ouvir alguma coisa... não me agradou não e achei muito estranho ela ser a banda anterior ao show do Móveis... queimei minha língua. A banda ao vivo tem uma ótima pegada, um vocalista pra lá de performático, instrumentistas ótimos. Para mim, por enquanto, uma banda mais para ir no show do que pra escutar em casa. Mas uma banda promissora. Escute aqui.


P.S.: o vocalista lembra muito o Jack Black no filme "Escola de Rock"... eu comentava inclusive que só faltava ele pular do palco... e não é que ele pulou?!?! Muito bom!

Móveis Coloniais de Acaju:


Celebração. Melhor definição que encontrei após uma hora e meia na qual André Gonzales e companhia comandaram mais uma verdadeira catarse espiritual através do som. Melhor show da atualidade sem dúvida. Mais um show apoteótico, empolgante do início ao fim... abriram com "Seria o Rolex" do primeiro disco para o meu delírio... o efeito dos balões de ar distribuídos para a galera soltar no final de "Aluga-se Vende" foi incrível. No final, ainda tocaram "Gregório" com menção nada honrosa ao safado do Arruda para a alegria geral do Circo Voador. Valeu Móveis!


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sábado, 27 de fevereiro de 2010

HORA DE ALMOÇO


Poesia de Bruno Tadeu Lopes
Datada de 13 de agosto de 2009.

"Ao vigor destas flores
que germinam no jardim de asfalto quente.
Neste frio que sinto antes de chegar ao sol..."





Ao vigor destas flores que germinam no jardim de asfalto quente.
Neste frio que sinto antes de chegar ao sol.
Naquelas crianças que só brincam do outro lado da calçada
Ao som dos automóveis, acelerados motores.
Acalanto!
Aos pássaros que cantam nestes galhos secos,
Onde ficam as lembranças de um lugar que já frutificou.
Deixo aqui minha esperança fria
Ao sair e entrar
De um descanso do almoço quente.

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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Um Homem sério


Dá pra dizer que até agora,esse novo do trabalho dos irmãos coen é o meu favorito do ano.Nutrido de grandes expectativas pelo histórico fantástico de sua filmografia,pelo seu trailer(que curiosamente é o melhor do ano,junto com o do Onde vivem os monstros,que também é o meu favorito do ano junto com esse)e pela próprio rascunho de sinopse que li,o assisti com grandes expectativas e mesmo assim me senti recompensado.Mesmo com o filme sendo bem alardeado pela crítica,muita gente está falando que não passa de uma releitura de suas principais obsessões(inferno astral,mal crescente,etc),mas isso fica com cara é de preguiça mesmo.Primeiro porque grandes nomes do cinema refaziam o mesmo filme várias vezes e se saiam bem,segundo que isso não é uma completa verdade.

A começar pelo apuro visual que eles conseguiram.Esse é provavelmente o seu filme mais bem dirigido.Todas as escolhas deles,seja em planos,cortes,são estratégicas,nada ali é à toa.

O roteiro também está sendo muito bem comentado,mas nem me apego a isso.O desenvolvimento do filme é calmo,pra realçar a crescente angustiante dos problemas de Larry,o homem sério do título.O prólogo,que é muito interessante,já serve como prenuncio do que veremos a seguir.Tudo é contado com um humor que cada vez fica mais fino e com uma excelente trilha sonora(a principal”somebody to love”do Jefferson airplane caiu como uma luva),sem falar no universo particular que eles criaram,que faz qualquer um que tenha visto filmes deles,reconhecerem de quem é só pelos personagens.E o bacana é que isso não acontece mais por eles serem caricaturas,mas por eles terem um tipo de excentricidade que você vê só nos filmes deles.O assunto novo é o questionamento da fé.As cenas de Larry pedindo ajuda com os seus problemas para os grandes rabinos, e a mais absurda do ano,a do batismo judeu do filho de Larry,são os grandes destaques numa série de situações inusitadas e inacreditáveis que acontecem ao longo da projeção

Fechando o filme de forma abrupta,assim como Onde os fracos não tem vez,a cara de uma grande metáfora,que já se pressentia antes do término,é assim concretizada.Enfim,mesmo que não seja o melhor deles,é mais um filme prazeroso,muito bem arquitetado e com assuntos interessantes a serem ditos.

Recomendadíssimo

OBS:Quem quiser se dar o trabalho de ver o trailer,está aqui

http://www.youtube.com/watch?v=9FYtprwg1As

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Desencannes pra descontrair




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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Um olhar do paraíso



Pro tio César não ficar com raiva de mim estou fazendo uma rápida análise do último filme que vi no cinema: Um olhar do paraíso.

O filme dirigido por Peter Jackson (diretor da trilogia do anel) possuía um trailler muito legal, com imagens bem interessantes e uma boa premissa, mas o resultado final ficou muito distante disso.

No filme uma jovem é assassinada e passa a “viver” numa espécie de limbo, um local entre a realidade e o “paraíso”, e de lá ela observa as pessoas que ela amava e o seu assassino. Primeiramente, uma coisa que parecia interessante no trailler, esse lugar onde ela fica, um lugar mágico e lindo onde as lembranças e acontecimentos no mundo real influenciam na geografia e no clima, não é nada legal na verdade. A idéia era criar algo como uma pintura surrealista em movimento, mas o resultado final é fraco e manjado.

Outro ponto fraco são os personagens, todos muito confusos e sem profundidade, eles não chegam nem a ser clichês, o que acaba ficando sem graça, fico até na dúvida de quem é o pior personagem. Outro problema entre os personagens está em sua interação, ela é estranha e mal explorada, alguns laços são tão estranhos que não fazem sentido (temos o casal de amigos da garota e o pai dela com o policial).
Ainda dentro dos personagens não consegui entender algumas coisas:
- Pra que colocar uma garota sensitiva no filme se ela não ajuda em nada! Na verdade ela mal vê nada!
- Qual a função da avó no filme? Aquela sequência dela tomando conta da casa quase me fez sair do cinema.
- O assassino nem se fala, um gay nerd de quarenta anos, frustrado e enrustido que mata menininhas ocasionalmente utilizando de obras complexas de madeira para saciar seu sei lá o que? (essa parte foi minha leitura do personagem, já que não houve compromisso com o roteiro não há compromisso com uma análise mais séria)
- Bom, pode tentar ler qualquer personagem que mesmo assim ele será fraco.

Pra fechar, o roteiro é ridículo, assim como os personagens ele é raso, cheio de pontas, muito mal resolvido e sem sentido em alguns momentos, pra mim nada agradou, parecia que o roteirista tinha pensado em seguir numa direção mas mudava de idéia e não alterava o que já havia escrito, simplesmente continuava colocando material, tive uma sensação de roteiro perdido como essa assistindo ao Lobisomem. Resumindo, um filme que não sabe sobre o que é, não sabe seu gênero e nem o que se pode concluir dele. Não me senti emocionado, tenso, empolgado nem sequer entretido, simplesmente ví o filme passar., nem mesmo a suposta justiça feita no final me agradou, provavelmente irá figurar entre os piores no fim do ano, pena que Peter Jackson ficou um tempão parado pra fazer essa porcaria, tomara que ele volte a se aventurar em fantasias com mais ação e menos “drama”.

R

O poster do filme é perfeito, não tem nada, assim como o filme.

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Alternativas Musicais para o Carnaval - Parte V

Só faltam dois dias... Primeiro, o nosso amigo Curumin com seu "Sambito", um sambinha cantado boa parte em japones... interessante...



Escute:




Agora, mestre Zé Ramalho... Seu fantástico "Frevo Mulher", na minha opinião, um dos seu pontos altos... Postarei aqui a ótima versão da sua "Antologia Acústica"...



Escute:




E pra fechar, "A Ordem é Samba", do grande Jackson do Pandeiro, mas aqui postarei a versão potente do Ney Matogrosso com Pedro Luís e a Parede do disco "Vagabundo" (album essencial dessa década)...




Não tem como não se empolgar:

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domingo, 14 de fevereiro de 2010

A lista

Eu adoro compilar listas.De décadas,gêneros...mas raramente me atrevo a fazer uma que envolva meus favoritos de modo geral.Fiz uma vez a uns 3 anos e percebi que minha visão mudou bastante,e claro,tenho ainda muito a aprender.E é isso que acho legal em listas.Ver,depois de um tempo,o quanto ela mudou em decorrência da sua própria vivência.

Fiz aqui uma lista de meus 20 filmes favoritos,mas obviamente ela não é fechada e outros filmes poderiam substituir alguns ali.É clichê,mas é importante sempre lembrar que listas envolvem momento.Amanha ela poderia estar diferente.

Também tentei colocar 1 de cada diretor e filmes que representem o que eu mais amo e me identifico na sétima arte.

Deixo um breve comentário pra cada,e claro,ficaria feliz que pessoas o assistissem por minhas recomendações(ok,César? hahaha)

Os filmes estão divididos em 2 blocos.Os primeiros 5 são os meus favoritos e estão em ordem cronológica.Os outros 15 também seguem ordem cronológica.


Doce vida, de Federico Fellini(La dolce vita,1960)

Foi meu filme favorito por um tempo,mas deixei de querer classificar 1 só pra esse posto.Poderia muito bem entrar o 8 ½,que é o melhor dele,sobre um diretor em crise criativa,repleto de cenas oníricas e que inaugura a fase surrealista do Fellini.Só que Doce vida(que é a ponte neorealista com a surrealista)é um filme que me diz muito mais.A vida vazia de Marcello que busca a todo custo uma felicidade que ele talvez saiba que não vai encontrar e que o leva direto pro abismo,é filmada de uma forma única e desconcertante.O final é tão lindo e triste,que me emociona mesmo que reveja pela décima vez.



2001, de Stanley Kubrick(idem,1968)

Há uma expressão que diz”Existem filmes maiores que a vida”.Esse é maior que a vida,que o planeta,que o universo...A passagem do homem aqui,nunca mais será retratada dessa forma.O que todo mundo levaria 15 filmes pra dizer,Kubrick levou 1 e ainda por cima recheou o filme de um despojamento notável.Esse aqui é até bom nem se alongar,por mera sensação de redundância mesmo.Meu sonho é ver no telão,um dia conseguirei!



Two lane blacktop, de Monte Hellman(Two lane blacktop,1971)

Estradas sempre me encantaram.Mesmo quando eu nem sabia porque.Claro que isso é muito mais pelo cinema,estradas brasileiras não são muito “atraentes”.Existe uma desolação e uma melancolia nelas que me encantam muito.Tenho muita vontade de ir a passeio pros Eua e viajar nas estradas,sem me preocupar com o destino e sim com a viagem.Esse filme trata,de uma certa forma,disso.Fico feliz por ter um road movie aqui,ainda mais esse,que é realmente um road movie passado inteiramente nas estradas.Sem falar que é representante do cinema que talvez seja o que eu mais admire,que é o da contraculura americana da década de 70.A geração perdida e sem rumo da época,é retratada de forma brutal.E se existe um final perfeito,taí esse.




Stalker, de Andrei Tarkosvky(idem,1979)

Tarkovsky deve ser o único cineasta que eu imaginaria filmando um filme tão megalomaníaco e eficaz quanto 2001.E ele até fez um em resposta ao mesmo,Solaris(Rodrigo,herege,não gostou,meu deus!!!!!)Esse aqui se encaixa também na idéia de “maior que a vida”.Impossível ser o mesmo depois de assisti-lo.Imagens hipnóticas,filosofia...eu sei que nunca vou absorver nem 10% do que ele trata,mas sempre serei recompensado ao rever.Um filme eterno!





Pulp fiction, de Quentin Tarantino(idem,1994)

O almanaque de todos os filmes b,de gangsters,noirs,policiais...o filme mais prazeroso que eu conheçoTeve semanas que eu revi todo dia a primeira hora,só pra me deliciar com cada detalhe,plano,corte,diálogo..Filme favorito?Talvez esse.





Luzes da cidade, de Charles Chaplin(City Lights,1931)

Dá pra chamar de comédia romântica?Se sim,taí a minha favorita.Aqui poderia entrar o Luzes da ribalta,que foi o filme que eu mais chorei na vida,mas acho que esse representa melhor o Chaplin.Por ser mudo,ter as suas melhores gags,e conseguir perfeitamente a mistura de melancolia e alegria,que ele sempre impôs em sua obra.O vagabundo dele deve ser o personagem mais adorável do cinema,ao qual tenho um imenso carinho.





M, de Fritz Lang(idem,1931)

Talvez o filme definitivo sobre assassinos seriais e a busca da polícia por eles.Tudo filmado de forma amedrontadora,com uso espetacular de sombras e do som,que é o ponto alto do filme.Na última meia hora eu não pisquei,e duvido de quem o faça.





Um corpo que cai, de Alfred Hitchcock(Vertigo,1958)

Hitchcock é a primeira paixão cinéfila de praticamente todos que se aventuram nesse mundo.É o caso clássico de quase unanimidade entre críticos e público(hoje em dia.Em sua época Hitch era mal visto,exceto pela Cahiers du cinema)Seus filmes tem mais acessibilidade,mas os seus melhores são densos,com o esmero visual e controle absoluto da narrativa,como só ele sabia fazer.Aqui eu poderia colocar Psicose,seu filme mais “experimental” e que subverteu todo um gênero.Mas esse é seu filme que melhor retrata suas obsessões.Não existe outra “loira gelada” como a Kim novak.E acho a virada de rumo no segundo ato,tão chocante quanto a de Psicose.





Meu tio, de Jacques Tati(Mon oncle,1958)

:Lembro perfeitamente o quanto me encantei pela obra de Tati e especificamente sobre essa aventura do Mr.hulot,o personagem de Tati.Ele é uma espécie de vagabundo Chapliniano.Tão atrapalhado e desengonçado quanto.Sinto uma melancolia parecida com a que sinto vendo um Chaplin,por sinal.E também tem as gags físicas.Aqui,Monsier hulot vai passar um tempo na casa de sua irmã.As cenas de travessuras com o seu sobrinho,são de uma poesia visual única.Ainda tem a crítica afiada sobre o avanço tecnológico e sua inadequação nesse mundo.Um filme lindo!






Marca da maldade, de Orson Welles(Touch of evil,1958)
Cidadão kane é espetacular,e diferente do que muitos dizem,não precisa de contextualização pra se achar isso.O filme é um monstro até hoje,sem dúvidas,um dos melhores que vi.Só que esse “Marca da maldade” me ganhou.Sabe como é,filmes favoritos envolvem muito mais coração que razão.Esse é um dos dois da lista que vi no cinema,inclusive pela primeira vez.Experiência indescritível.Em noir,poderia também colocar o Kiss me deadly,mas esse tem Orson welles na direção e atuando,e quem já viu filmes dele,sabe que ele é um perfeito,nos dois segmentos.E tem um dos meus prólogos preferidos.





Ano passado em Marienbad, de Alain Resnais(L’année dernière à marienbad,1961)

Já disse aqui que considero Alain resnais o melhor diretor vivo.Isso não é a toa.Sua carreira é impecável,vasta e diferente entre si.Sua forma de contar tragédias de formas otimistas(ou o contrário)me apaixona,isso sem falar no olho clínico para detalhes do ser humano que só ele enxerga no cinema atual.Eu poderia colocar o “Hiroshima,meu amor”,que representaria perfeitamente um filme sobre amor e sobre a dor da guerra,mas prefiro ficar com esse tratado sobre a memória.(ele que deveria dirigir o segmento do Manhattan no Watchmen,ninguém fala sobre memória como ele.)Na verdade as imagens são tão belas,que mesmo que eu tivesse visto sem legenda e não entendesse nem sobre o que os personagens falam,eu me renderia a essa dádiva.





Demônio das onze horas, de Jean luc-Godard(Pierrot lê fou,1965)

Godard fez muitos filmes inesquecíveis,me atrapalho muito em dizer qual é o meu favorito,mas sempre acabo indicando esse.Citações,metalinguagem,Anna karina linda de morrer,cenas marcantes,(a do túnel,a da festa,o fim),gangsters,isso tudo embalado num road movie multicolorido.Quem não gosta,boa gente não é.





Operazione paura, de Mario Bava(idem,1966)

Sou fã do Argento,mas Bava é muito mais diretor.Tem talento pra diversos gêneros,inclusive fez filmes melhores,mesmo assim prefiro essa fábula macábra.Cores fortes,cenas duplicadas,numa atmosfera envolvente e única.O sobrenatural de Bava pode não botar medo,mas me arranca aplausos.





Segundo rosto, de John Frankenheimer(Seconds 1966)

Assim como Marienbad,esse eu não precisaria nem saber o que acontece realmente,as imagens já me arrebatam.O uso de foco,lentes,enquadramentos,me deixou perplexo.Com certeza existem filmes que fazem melhor isso,só que esse me engoliu desde o primeiro segundo,naquela “perseguição”Frankenheimer é o diretor que eu tive menos contato de todos esses citados,e nem acredito que tenha feito obras desse tamanho.O que importa?hipnótico e assustador.




Persona, de Ingmar Bergman(idem,1966)

Bergman é um diretor pesado,muitas vezes evito de ver seus filmes,dependendo do que eu esteja passando.A história da atriz que resolve se calar e que passa a ser assistida por uma enfermeira numa casa isolada,não me causa a sensação deprê dos outros filmes dele,mesmo que eu me sinta desconfortável/deslumbrado por tudo aquilo.Nunca os rostos serão fotografados daquela maneira.Bergman dizia que os verdadeiros grandes filmes devem parecer com os nossos sonhos.Disse ele,antes de seu falecimento,que fracassou em sua carreira.Eu digo que ele conseguiu.E tem o melhor monólogo do mundo,tanto que existem pessoas que juraram ver as imagens que apenas são descritas por uma das personagens.Coisa de gênio.





Três homens, de Sergio Leone(Il Buono,il Brutto,il cattivo,1966)

O faroeste poderia ser representado por Ford,Hawks e até pelo próprio Leone em “Era uma vez no oeste”,mas esse é o meu definitvo.Assim como Pulp fiction,é um filme que tem em sua estrutura SÓ cenas magistrais.A construção do clima para o que virá a seguir,e principalmente para o que virá no fim,é assombrosa.Junto com Hithcock,Leone é o que mais tem domínio da linguagem e da criação de tensão.Tem a provável fala mais famosa do Western”Existem dois tipos de pessoas.As que tem uma arma e as que cavam.Você cava”.O duelo final,o outro filme dentro filme(quem viu,entenderá)...Maravilhoso.





O Samurai, de Jean Pierre Melville(Lê samourai,1967)

Os policiais do Melville são pra eternidade.O assassino solitário interpretado por Alain delon está no melhor deles.Humor finíssimo,cenas simples e fantásticas(a da delegacia tem um jogo de gato-e-rato fenomenal),jazz...o neo noir definitivo





Celine et julie vont et bateau, de Jacques Rivette(idem,1974)

Esse é uma espécie de alice no país das maravilhas.Duas garotas descobrem uma “bala” que as faz ter visões sobre uma família.Quando o efeito acaba a história para,mas se elas pegarem outra,a história continua.O filme é muito maluco,tem 3 horas e obviamente não acontece só isso(na verdade,é uma descrição péssima).O caso é que é tudo muito saboroso,as cenas de mágica são plasticamente belíssimas,sem falar que ele representa inclusive o cinema surrealista de Buñuel,que ficou ausente na lista.Ah,e a ironia do título é hilária!

OS:O título em português seria Celine e julie vão passear de barco,ou algo assim.






Suspiria, de Dario Argento(idem,1977)

Queria muito botar um giallo(filme de assassino com luvas negras e que não vemos seu rosto),mas mesmo Argento sendo o maior expoente desse subgênero que eu amo,aqui está a sua obra máxima.Nunca o vermelho foi tão intenso quanto aqui.Argento,que sempre se preocupou quase que apenas ao visual(seus roteiros e atores são sempre frágeis)têm seu auge.Aliás,isso quebra completamente a idéia de que filmes precisam de roteiros ótimos..O clima de pesadelo é assustador,reforçado pela trilha do Goblin,que merecia até um texto a parte.Se eu pudesse salvar só um filme de horror,seria esse.





Blow out, de Brian de Palma(Blow out,1981)

Lembro da chamada da TNT até hoje.Eles passavam sábado de madrugada uma sessão intitulada”filmes independentes”.Passaram coisas maravilhosas,como Veludo azul,Videodrome(que quase entrou nessa lista) e essa belezinha aqui.Lembro que me encantei com os planos lindos,mesmo numa época que eu nem ligava pra isso e pelo fato de ter John travolta.Na hora pensei”puts,esse cara num ficou um tempão ser fazer algo bom?”.Só fui ver o filme tempos depois,mas a chamada marcou.Também é uma espécie de almanaque,mais em menor grau que Pulp fiction.E essa nem é a preocupação estética de De palma.Junto com Pulp fiction ele é a definição de prazeroso no cinema pra mim.Não consigo pensar em um filme mais (desculpe a repetição),prazeroso pra ser ver num sábado a noite.

Ps:John travolta é rei,tá em 2 filmes da lista!!!!!



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Confete no céu de fevereiro (Bruno Tadeu Lopes)


Iluminando a fantasia
O dia se inicia
Na avenida fervente
O bloco anuncia
A vida é logo à frente
Havia nisso toda folia
O sorriso abre enfeite
Batucando sua alegria
Colorido, colorido
Jogue ao ar a luz do dia
Celebrando até o fim
Quando a Quaresma anuncia
Suas cinzas convertidas
Na mudança de vida
Caindo do céu
confetes
Nas lembranças de nossos dias

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Alternativas Musicais para o Carnaval - Parte IV

Postagem número 50! Continuarei a lista de alternativas musicais para o Carnaval sem sair da Bahia... Galera da ótima nova geração da música brasileira, Ronei Jorge e Os Ladrões de Bicicleta detonam com seu rock carnavalesco "Aquela Dança" do último disco "Frascos, Comprimidos, Compressas".



Escute:




E como hoje é o primeiro dia de desfiles na Sapucaí, uma boa pedida é "Carnavália" dos Tribalistas. Música que abre o disco, letra genial do trio Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown. Se utilizam de termos carnavalescos e nomes de Escolas de Samba para fazer uma das mais fantásticas declarações de amor que já ouvi.



Escute:



E pra fechar a postagem número 50, marchinha do barbudo Marcelo Camelo. Faixa XI do álbum "Sou" (ou "Nós", depende do ponto de vista), ótima música, fica melhor num domingo de Carnaval ensolarado...



Divirta-se!:

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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Alternativas Musicais para o Carnaval - Parte III

Dessa vez, som baiano...feito no exílio, mas baiano: um dos gênios da música brasileira, Caetano Veloso, em sua fase tropicalista, safra 69. "Atrás do Trio Elétrico", faixa 5 do lendário Álbum Branco do Caê, uma marchinha baiana com altas doses de guitarras distorcidas, é mais uma prova de genialidade do cara...



Leia...

ATRÁS DO TRIO ELÉTRICO
SÓ NÃO VAI QUEM JÁ MORREU
QUEM JÁ BOTOU PRA RACHAR
APRENDEU, QUE É DO OUTRO LADO
DO LADO DE LÁ DO LADO
QUE É LÁ DO LADO DE LÁ

O SOL É SEU
O SOM É MEU
QUERO MORRER
QUERO MORRER JÁ

O SOM É SEU
O SOL É MEU
QUERO VIVER
QUERO VIVER LÁ

NEM QUERO SABER SE O DIABO
NASCEU, FOI NA BAHI...
FOI NA BAHIA
O TRIO ELÉTRICO
O SOL ROMPEU
NO MEIO-DI...
NO MEIO-DIA

e escute:

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Alternativas Musicais para o Carnaval - Parte II

A segunda música da lista é "Pierrot", da banda brasileira mais importante da primeira década do século XXI, Los Hermanos. Música do primeiro disco deles, 1999 se não me engano... eles ainda não eram a banda que revolucionou a música brasileira mas já mostravam que não estavam ali pra brincadeira...


Leia sobre o Pierrot e ouça esse quase punk-carnavalesco losermânico:

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domingo, 7 de fevereiro de 2010

Show Móveis Coloniais de Acaju! No Circo Voador!

Na verdade, não só do Móveis... É o festival Grito Rock que acontece dia 25 (Niterói), 26 e 27 (Rio - Circo Voador). Ótima oportunidade para quem ainda não foi no melhor show da atualidade...



Dia 26 estarei mais uma vez lá... um pouco menos de um mês depois estarei na Fundição altamente insano no show do Franz Ferdinand... o ano está começando bem... e tem gente que prefere ir em show de Beyonce ouvir playback...

show Beyonce: -C
show Móveis Coloniais de Acaju: CCCCC
show Franz Ferdinand: CCCCC

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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Alternativas Musicais para o Carnaval - Parte I

Está de saco-cheio de só escutar samba-enredo em fevereiro?? Eu tenho a solução! Postarei nos próximos dias músicas que tratam do tema Carnaval de alguma forma: ritmo, letra, sei lá...




A primeira da lista é "Carnaval" da Nação Zumbi. Terceira faixa do disco "Fome de Tudo", último lançado pela banda. Esse "frevo travaperna" como é denominado no site dos caras arrebenta com sua linha de baixo e bateria bem ritmada. Ouça:

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mario no armário...que mário?


Mario's Closet de Glen Brogan

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UP Retrô

Alguns pôsters alternativos da animação UP. Uma tendência que está bem em alta ultimamente é o uso do estilo retrô em peças atuais de design, criando um contraste velho/novo bacaninha. Veja!



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