Gira, é carrossel.
Gira, dia, a vida.
Vida que adia dias.
Vadia a pé de carnaval
O que resta do calçado
Que cansa o mancebo
A dançar, envolto, fosco véu.
Exausta a esperança, arranca a lança,
Acerta as lembranças de cegas horas;
Em horizontes donde corro,
E canto, e gira, espiral,
Livre meu poder!
Não pára num palco,
Num ato de parto, de dores
Da prenha luz que reproduz
Induzindo as sendas em rimas finas
Ou que desafina nas verdades que são minhas
E só minhas eu sei dizer.
Grita, grita!...
Grita porque perde-se o resto
Que se decompõe da questão.
Eu não quero ter, então gira,
Que o resto é feto.
E o sol continua parado,
Ardendo sem prazer.
Gira lua e brilha a custa do astro rei,
Da noite que é dia e goza da vida
A cada segundo que gira
O jogo que é ser.
(Bruno Tadeu Lopes – 23.janeiro.2006.)
1 comentários:
Muito legal, emocionado !
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