Esta cena se repetiu 7 vezes desde de que a estátua do grande poeta Carlos Drummond de Andrade foi colocada em um dos bancos da praia de Copacabana em 2002. Era lá que ele passava os finais da tarde, descansando, refletindo.
A homenagem é linda.
O desrespeito é absurdo.
A prefeitura instalou uma câmera num poste de frente para a estátua que a vigiará 24 horas.
Aparentemente resolverá esse problema.
Mas a cidade insistirá em ser a mesma, por um meio ou por outro.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
A cidade e o poeta
sábado, 19 de dezembro de 2009
Melhores Álbuns Nacionais - 2009 - parte I
Conforme combinado, inicio agora minha lista de melhores álbuns nacionais de 2009 segundo minha opinião e audição. Provavelmente alguns discos não foram ouvidos por minha pessoa com a devida atenção ou nem sequer foram ouvidos... Como já foi comentado anteriormente, a "safra" 2009 está muito boa em qualidade e em quantidade.
Nessa parte I, eu mencionarei os álbuns relevantes, que não entraram na lista mas que merecem sem dúvida sua audição:
ORQUESTRA BRASILEIRA DE MÚSICA JAMAICANA
Ótimo EP dessa Orquestra idealizada pelo músico e produtor Sérgio Soffiatti e o trompetista Felippe Pipeta. A idéia nesse primeiro trabalho é tocar alguns clássicos da música brasileira nos estilos de música jamaicana de raiz, principalmente o ska. E fazem isso com muita propriedade. Abrindo o EP, introdução clássica de "O Guarani" de Carlos Gomes e, fazendo referência a "Voz do Brasil", uma voz anuncia: "Em Brasília, hora de dançar... SKA!". Depois o que se ouve é muito ska... os músicos são muito bons e a transposição dos clássicos nacionais ("O Guarani", "Tico-tico no Fubá" e "Águas de Março" são destaques) para o ritmo jamaicano foi tão bem feita que agrada até quem não é muito ligado aos sons da jamaica, como eu. Só uma música é de autoria deles, "Ska Around the Nation". Está previsto para 2010 o primeiro disco deles. Provavelmente estará na minha lista do ano que vem.
Escute no http://www.myspace.com/obmjska. Lá dá pra baixar o EP também.
COPACABANA CLUB - KING OF THE NIGHT
Mais um EP. A banda é de Curitiba e mistura música eletrônica para dançar com pitadas de indie rock. Bem interessante. Todas as letras são em inglês e a banda ganhou certo reconhecimento por ter uma das suas músicas, "Just Do It", como trilha de um comercial da Fox.
Escute tudo no myspace deles: http://www.myspace.com/copacabanaclubmusic
ANA CAÑAS - HEIN?
Segundo disco de Cañas, este com uma pegada mais rock e várias composições com dois gênios: o eterno titã Arnaldo Antunes e o mutante e grande produtor Liminha. Acho que a pegada mais rock está explicada né? Algumas baladinhas/músicas mais introspectivas na meiuca quebram um pouco o início devastador do disco com "Na multidão" e "Coçando" mas nada que tire o mérito desse bom álbum. "Chuk Berry Fields Forever" do Gilberto Gil e "Gira" também são boas pedidas.
Dá para escutar tudo no site dela: http://www.anacanas.com/
ARNALDO ANTUNES - IÊ IÊ IÊ
Como disse agora pouco, Arnaldo Antunes é gênio. E decidido a resgatar um rock mais jovem guarda que em vários momentos lembra a sonoridade inicial dos Titãs ainda do Iê-Iê, ele cria esse belo disco que conta com a participação de outras peças importantes na atual fase da música brasileira: Curumin na batera e Fernando Catatau(Cidadão Instigado) na produção. Além deles, a companhia inseparável do guitarrista Edgar Scandurra.
"Iê Iê Iê" foge do experimentalismo dos discos solos anteriores de Arnaldo. A sonoridade e as letras não são tão complexas. Mas de forma alguma estamos escutando um tributo ao som sessentista e sim uma renovação desse som com uma roupagem contemporânea. E a missão foi cumprida com louvor. Composições com os tribalistas Carlinhos Brown e Marisa Monte além de parcerias com o pessoal dos Titãs que estavam engavetadas.
Várias se destacam: A abertura com "Iê Iê Iê", "Aonde Você For", "Vem Cá" , "Invejoso", "Sua Menina" e por favor não deixe de escutar "Um Kilo". Pra falar a verdade, escute o disco inteiro o mais rápido o possível. É só entrar no site dele: http://www.arnaldoantunes.com.br/
VIVENDO DO ÓCIO - NEM SEMPRE TÃO NORMAL
Tudo bem, o novo disco do Vivendo do Ócio é praticamente o "Teorias de Amor Moderno" de 2008 com algumas faixas a mais e as outras com uma produção mais caprichada... Mas os caras estão fazendo com muita competência um rock que lembra muito o Arctic Monkeys e receberam com justiça o prêmio de banda revelação no VMB da MTV (um dos poucos prêmiados com jutiça).
Escutem as clássicas "Terra Virar Mente", "Meu Precioso", "Fora, Mônica", "Hey!Hey!" e a nova "Rock Pub Baby". Tudo no myspace deles: http://www.myspace.com/vivendodoocio
E como seria bom se eles abrissem o show do Franz Ferdinad em março na Fundição... Sonhar não custa nada...
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Marvel Dubai Land - o parque para viciados em quadrinhos
Foi liberado pelo estúdio Chimera Design esta semana a arte conceitual do que seria o parque tematico da Marvel em Dubai.
Há boatos de que o parque ficará pronto até 2012.
Não da pra entender muito bem algumas coisas, afinal é só a ideia no papel, mas ja da pra ter uma idéia do quão maneiro será. E além do mais são belissimas ilustrações!
Confira!
Sensacional, não?
Um belo lugar pra passar as férias de fim de mundo!
hehehe
Avatar - De madrugada e ainda na empolgação do cinema!!!!
Bom, para os que ainda não sabem, desde 2001 venho mantendo uma lista com todos os filmes que vi na minha vida (atualmente está chegando em 2000), à partir de 2004 comecei a anotar todos os filmes que assistia, juntamente com a data, e passei a acompanhar esses números e compará-los com o passar dos anos. Esse ano estava obstinado à ultrapassar minha marca de filmes assistidos no cinema ao longo do ano, a marca anterior era de 69, após muito esforço (nossa como foi difícil assistir um monte de filmes, ehehehhe) e alguma sorte cheguei ao número 99 justamente 1 semana antes da estréia de Avatar, e já que era para estabelecer uma marca simbólica, que fosse com um filme digno. Então ontem, quinta feira, meu irmão e eu encaramos uma tempestade em para assistir a pré-estréia de Avatar...
Cameron é conhecido justamente por deixar o público de boca aberta, foi ele que em 1984 nos trouxe o incrível “Exterminador do futuro”, um filme que até hoje impressiona pelos efeitos de maquiagem e animatronics (é, houve uma época em que não se fazia tudo numa tela de computador), cinco anos depois ele lança “O segredo do abismo”, um filme que não é tão famosos por aqui, mas que impressiona pela qualidade dos efeitos visuais. Dois anos depois vem o arrasador “Exterminador do futuro 2”, esse sim foi um marco, os efeitos do filme estavam à frente do seu tempo, nunca havíamos visto nada como aquilo antes, e esse filme marcou de vez o uso da tecnologia digital para os efeitos especiais. Cinco anos depois, Cameron faz simplesmente o maior filme da história (no quesito sucesso comercial): Titanic, o filme ganha 11 Oscars, faz absurdos 1 bilhão e 800 milhões de dólares, 700 milhões à mais que o segundo colocado nas maiores bilheterias da história. Após todo esse sucesso Cameron se recolhe em sua pesquisa sobre o fundo do mar e usa milhões para investir na tecnologia de sua nova empreitada.
O filme é resultado de 12 anos de trabalho do diretor James Cameron, que aguardava a tecnologia necessária para levar sua história às telas. Muito vinha se falando sobre essa nova tecnologia, muitos diziam que seria um divisor de águas no cinema, que um novo padrão, tanto em questão de efeitos quanto em questão da qualidade do efeito 3D seriam impostos no mercado após esse filme. Quem acompanhou o processo dizia que era espetacular, algo jamais visto, e etc. Mas na hora do vamos ver, será que é isso tudo?
É!
O roteiro em si não traz nada de novo (uma constante nos atuais filmes de Hollywood), aquela mesma história que “quase” cansamos de ver: alguém tem que se passar por algo que não é para conseguir algo, mas durante sua experiência acaba se descobrindo uma pessoa melhor, provavelmente se apaixona, seu segredo é revelado no terço final do filme, ele é banido, mas volta para se redimir e ajudar sua nova família a superar o terrível mal que está por vir. Esse contexto está pra lá de manjada, até desenhos animados recentes tem essa fórmula (Os sem floresta por exemplo), mas onde os filmes americanos tem errado, Cameron acerta em cheio, ele nos faz agüentar quase 3 horas, mesmo sabendo todos os rumos que a trama seguirá, simplesmente por que Pandora é um mundo real.
Sim, Cameron acertou de novo, e provavelmente um novo padrão será exigido dos arrasa quarteirões que virão nos próximos anos (O Hobbit está aguardando o resultado de Avatar para seguir o mesmo caminho), pois o mundo que vemos no filme realmente existe. É impossível dizer o que é real e o que é criado por computador (ah, praticamente nada é real), todo o mundo em que se passa o filme foi criado digitalmente, cada pedra, cada folha, cada animal, a única coisa que é real no filme são os humanos, fora isso, acredite, você está vendo efeitos digitais. Esqueça aqueles filmes onde é possível distinguir o fundo adicionado posteriormente, onde por mais perfeita que seja a fusão nós ainda temos a leve sensação de que há algo errado, em Avatar tudo é real. Some à isso o 3D que é impressionante, tudo parece estar acontecendo realmente na frente de seus olhos, esqueça aquela idéia de que o 3D é para fazer as coisas pularem em sua direção, isso até acontece aqui, mas o que vale mesmo é estar inserido dentro desse universo.
Além de tudo isso vamos acrescentar as pitadas mágicas de Cameron: personagens cativantes (Arnold foi responsável por 2), vilões terríveis (Arnold de novo), cenas de ação incríveis (True Lies, Exterminador 2, Aliens...), cenas de batalha e tiroteio gigantescas (nem preciso mais citar os filmes), romance, drama (Titanic te lembra algo?), personagens femininas fortes (aaahm, todos os filmes de Cameron), com isso temos realmente um filme que promete ser outro sucesso de crítica, público, prêmios...
Um filme obrigatório, que provavelmente mudará muita coisa na forma de se fazer e de se assistir cinema, um evento para pessoas de todas as idades e gostos, por que até isso ele conseguiu unir, um filme tanto para as fãs de Titanic, quanto para os fãs de Exterminador, e para as crianças que assistem Era do gelo, mas faça um favor a si mesmo, assista numa sala 3D.
Pra mim, o melhor do ano, e que venham as continuações!!!!!
RRRRR
É 1/2Kg, ta com resenha antes de todo mundo hein!!!!!
sábado, 12 de dezembro de 2009
2009
Estamos nos aproximando do final de 2009 e as listas dos melhores nos mais diversos segmentos já estão sendo liberadas... Gosto muito de listas, não porque elas realmente determinam o que houve de melhor no ano mas sim porque servem como parâmetro para um aprofundamento no tal assunto... Alguns discos que estão na minha lista de melhores álbuns nacionais de 2009 eu só escutei porque foram mencionados em outras listas divulgadas por um pessoal mais apressadinho.
A minha só divulgarei semana que vem mas já posso comentar sobre o grande ano de 2009 para a música, pelo menos a nacional ( não acompanhei muito o que rolou lá fora). Tivemos discos para todos os gostos sempre com alta qualidade. A minha lista que deveria ter 10 álbuns com muita boa vontade já está em 20 brigando por alguma vaga nela.
2009 mostrou que as bandas/músicos aprenderam definitivamente a viver sem gravadoras gigantes; que sabendo utilizar a internet, chegarão ao seu público de forma mais direta, sem intermediários, sem maquiagem.
Sinal disso é que boa parte dos discos da lista que divulgarei estão a disposição nos sites/myspace das bandas/músicos para download ou audição na íntegra.
E quem gostar vai nos shows, vai querer o disco na forma física, vai divulgar a banda...
Que 2010 ratifique tudo isso... Semana que vem minha lista!
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Pausa para o hexa...
sábado, 5 de dezembro de 2009
Woolfson
Eric Woolfson,que formou com Alan Parsons ( engenheiro de som em "The Dark Side of the Moon") o fantástico The Alan Parsons Project, morreu em Londres aos 64 anos, na última terça-feira. O projeto fincado no rock progressivo produziu bons álbuns conceituais no fim da década de 70 início dos anos 80. A música de maior destaque comercial é "Time", que com certeza, mesmo você que não conhece a banda, já escutou algum dia a linda melodia. O vocal é de Woolfson. A letra explica todo o resto:
"Time, flowing like a river
Time, beckoning me
Who knows when we shall meet again If ever
But time, keeps flowing like a river... to the sea
Goodbye my love, Maybe for forever
Goodbye my love, The tide waits for me
Who knows when we shall meet again If ever
But time, keeps flowing like a river (on and on)
To the sea, to the sea
Till it's gone forever
Gone forever
Gone forevermore
Goodbye my friends, Maybe for forever
Goodbye my friends, The stars wait for me
Who knows where we shall meet again If ever
But time, keeps flowing like a river (on and on)
To the sea, to the sea
Till it's gone forever
Gone forever
Gone forevermore"
O Tempo sempre flui como um rio, Woolfson...
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Queremos Apatow nos cinemas!!
Existe um fenômeno negativo acontecendo nos cinemas brasileiros e eu sinceramente não sei exatamente o motivo dele.Qualquer filme que tenha o nome ”Judd Apatow” nos créditos é automaticamente descartado de ter sua estréia nas salas brasileiras.Isso seria perfeitamente compreensível se estivéssemos tratando de diretores patéticos como uwe boll(pra citar um que é cachorro morto),mas não é o caso de apatow.Seu nome(tanto na produção,quanto na direção) é sinônimo de sucesso absoluto nos EUA,por parte de crítica e público,sem falar na matéria na cahiers du cinema(“só” a revista mais conceituada de cinema no mundo)feita há alguns meses,sobre esse fenômeno Apatow,o que mostra que o prestígio dele é mundial.Será que os filmes dele não fizeram sucesso aqui?
Depois de Superbad,qualquer filme que ele produziu/dirigiu,foi ignorado pelos engravatados das distribuidoras,e não puderam ser apreciados no telão.Tenho consciência de que suas comédias não são tão bem recebidas quanto nos EUA,mas tenho quase certeza que O virgem de 40 anos,Ligeiramente grávidos e Superbad tiveram boas recepções no Brasil.E mesmo que não tivesse grandes bilheterias,vários filmes ridículos que não deram certo nem lá fora,são lançados aqui,ninguém os assiste e fica por isso mesmo.Num é melhor lançar um que fez sucesso lá fora não?Se fossem comédias inglesas até entendia,já que costumam dar certo só por lá mesmo...