Antes ela que o Denzel parecendo um mendigo
Dirigido pelos irmão Hughes, responsáveis pelo mediano “Do inferno”, “O livro de Eli” é mais um mediano filme sobre futuros pós apocalípticos. Estrelado pelo quase sempre bom Denzel Washington (que até vinha de uns trabalhos legais como Seqüestro do metrô e O plano perfeito), o filme conta a história de um homem que viaja pelos EUA devastados pela guerra e repleto de “chacais” (os bandidos como em Mad Max 2 e 3) em busca de um lugar para cumprir sua missão.
Bom, como não vou aconselhar ninguém a ver esse filme, o texto à seguir está repleto de spoilers!!!!
Bem, o filme até que tinha uma premissa legalzinha: Eli (Denzel) carrega um livro consigo, esse livro é a chave para o futuro da humanidade, já Gary Oldman é um ditador de uma cidadezinha e está a anos procurando esse livro para conseguir mais poder, até que Eli passa por sua cidade e eles irão travar um confronto pela posse do livro. Mas infelizmente não é só de premissa que se faz um filme. Na verdade o filme é tudo isso aí mesmo, e ele cumpre com o que promete, o problema é que isso é muito pouco e nada empolgante.
Comecemos pelo livro: O livro em questão poderia ser usado de diversas formas, inclusive numa opção mais interessante, sem revelar o conteúdo do livro. Seria um objeto misterioso que terminaríamos o filme sem saber que poder é esse que ele guardava, assim como a caixa em “A morte num beijo” (embora seja possível descobrir) ou a mala em “Ronin” (esse sim é um ótimo exemplo). O segredo ajuda a tornar as coisas mais interessantes, mas não eles optaram por nos revelar já no trailer (ou você não percebeu que era a Biblia?). Com essa escolha eles até tinham um bom caminho pela frente, é aceitável dizer que num mundo sem esperança a única bíblia que ainda existe pode ser usada para ajudar a reconstruir o mundo ou dominar o coração dos fracos, sim isso é muito legal, mas no filme não ficou. Esse papo de espadachim missionário não colou e ajudou a afundar a conclusão do filme, que é surpresa, e muito ruim de engolir.
As cenas de ação são o ponto forte do filme. Eli é um verdadeiro ninja, e acaba com gangues inteiras somente com um facão, além disso ele também é um ótimo atirador, derrotando um grupo de bandidos com uma pistola, e olha que ele é cego! (ih, lá se vai mais um spoiler, eu disse pra não ler!) Os diretores também tem méritos em usar a tecnologia de forma que o espectador não perceba seu uso e isso contribua para a ação da cena, dois exemplos são a cena que Solara (Mila Kunis) enforca o cara no carro, nesse momento a câmera sai do carro em movimento por uma fresta na porta e vemos a capotagem. O outro, que é um dos melhores momentos do filme é um plano sequência de um tiroteio onde a câmera se move livremente pela ação.
Voltando ao contexto do filme, tudo parece meio forçado, os personagens não são bons e a conclusão do filme é triste. Outra coisa que também me incomodou foi a fotografia, particularmente não gostei da opção cinza na cor.
Esse é simplesmente mais um fraco exemplar dos filmes apocalípticos, assim como Waterworld. Se você quer ver um bom filme de últimos dias de humanidade cuja esperança está num frágil objeto, com ótimas cenas de ação e planos sequencia geniais, fique lonje de Eli e assista “Filhos da esperança”, você será muito mais feliz seguindo meu conselho.
RR
Vale uma observação: Mais uma vez percebo problemas com o sistema de som de uma sala, algo que está se tornando muito comum no RJ. Pagamos ingressos caríssimos e não há nenhuma preocupação em manutenção no som, o som do nova América e do Norte Shopping tem andando horrível, e nesse domingo foi irritante assistir o filme com estalos a cada 30s e com variação de volume, imperdoável!
3 comentários:
Vamos quebrar tudo!!!! hehehehe
Obrigado Rodrigo por evitar qualquer possibilidade de eu assistir essa porcaria! Abraços!
Serviço público esse,diz ae César hahahaha
Essencial eu diria! hehe
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